Eu aprendi com o meu erro. E agora, espero nunca mais cometer nenhum crime na minha vida”. A frase, dita quase em sussurro, é do ex-detento Jailson Conceição dos Santos, 18 anos, que mesmo após receber o alvará de soltura, continua dentro das dependências da central de triagem de São Brás, aguardando a volta para o município de Óbidos, Oeste do Pará. O jovem, que não possui nenhum parente em Belém, já está há mais de 24 horas perambulando na praça reservada a visitantes da central de triagem, em busca de uma solução que o faça retornar para casa.
ARREPENDIDO
“Eu não tenho dinheiro, não conheço nenhuma pessoa aqui na capital e por isso aguardo por ajuda da própria Susipe, que inclusive já me forneceu comidas e agora vai fornecer o meu transporte para voltar para casa. Estou arrependido do furto que eu fiz e por isso estou muito disposto a recomeçar uma nova vida quando retornar para a minha casa” revelou o jovem, detido após cometer um furto na cidade de Óbidos.
Segundo o diretor da central de triagem de São Brás, Jorge Wanzeler, o rapaz foi autuado em flagrante no município onde mora e transferido para a unidade de triagem de Belém, dias depois. “Assim como o Jailson, outros moradores de Óbidos, que foram autuados na delegacia do município foram encaminhados para as centrais de triagem da capital, e agora após receberem alvarás de soltura ficam sem ter para onde ir quando saem das carceragens”, explicou Wanzeler.
VIDA NOVA
Jailson, que estudou até a quarta série do ensino fundamental, ressaltou que pretende mudar de vida quando a chegar à sua terra natal. E já faz planos para continuar os estudos. “Depois de tudo isso que eu passei, não tem como não fazer uma reflexão da vida não é? E a lição que eu aprendi é: Eu quero mudar de vida, quero estudar, quero dar orgulho para a minha mãe”, declarou o jovem, que conta as horas para sair definitivamente das dependências do sistema penal.
AJUDA DE CUSTO
O diretor da central de triagens afirmou que a Superintendência do Sistema Penal do Pará (Susipe) tem contribuído com as ajudas de custo do ex-dentento e que, ainda hoje, o rapaz seria encaminhado para seu município natal. “Como a viagem para a cidade de Óbidos exige toda uma logística, nós já providenciamos todo o necessário para que ele chegue o mais rápido possível em casa, mas isso leva algum tempo. Mesmo não sendo obrigação da Susipe, achamos importante ajudar o rapaz voltar para cidade dele, pois sem a intervenção da Superintendência, ele não teria como retornar ao município e poderia, inclusive, ficar em Belém e voltar a cometer crimes por falta de perspectivas de vida”, afirmou.
(Diário do Pará)
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