Polícia apresenta pistoleiros e anuncia envolvimento de outros quatro
Interesses
políticos, econômicos e pessoais foram os principais motivos que
levaram o atual prefeito do município de Tomé-Açu, Carlos Vinicius de
Melo Vieira (PMDB), o pai dele, Carlos Vieira e o empresário Raimundo
Barros Araújo, de Paragominas, a encomendar a morte do empresário
Luciano Capacio e do advogado Jorge Pimentel, na noite do último dia 2
de março, no município de Tomé-Açu. A conclusão, da Polícia Civil do
Pará, foi anunciada na manhã de ontem durante coletiva de imprensa na
qual dois dos três pistoleiros contratados para o crime foram
apresentados, no auditório da Delegacia Geral. A polícia já está com o
mandado de prisão preventiva dos três mandantes e do terceiro
pistoleiro, todos foragidos.
O
diretor de polícia do Interior, delegado Silvio Maués, expôs à imprensa
toda a dinâmica de investigação do caso. Ele informou que a delegada
Claudia Renata, da Divisão de Homicídios foi encaminhada para o local do
crime e desde o início a polícia tomou como principal linha de
investigação a animosidade política, uma vez que o empresário e o
advogado estavam apresentando ameaça ao atual prefeito de Tomé-Açu, em
virtude de denúncias e de quebra de contratos.
O
prefeito Carlos Vinicius, em seu primeiro mandato, tinha o empresário
Luciano Capacio como aliado, mas já nos últimos meses essa aliança já
não existia. Luciano passou a fazer novas articulações políticas e a
integrar o mesmo grupo do advogado Jorge Pimentel, militante do PSDB. De
acordo com informações do delegado, a intenção do empresário era de se
candidatar para prefeito da cidade. A partir disso, a animosidade entre o
empresário e o atual prefeito teve início.
'As
duas partes começaram a entrar em atrito, a prefeitura passou a ser alvo
de denúncias. Os acordos feitos entre o prefeito e o empresário foram
quebrados', explicou Silvio Maués.
Atores
Para a
polícia, o prefeito do município de Tomé-Açu, Carlos Vinicius, o pai
dele, o empresário Carlos Vieira são considerados os principais
mandantes. O empresário do ramo madeireiro no município de Paragominas,
Raimundo Barros Araújo, foi o agenciador. Raimundo fez a contratação dos
três pistoleiros. Wellington Ribeiro Marques e Carlos André Magalhães
foram presos no dia 17 de março, na BR-316. Eles voltavam de uma cidade
do Nordeste, onde estavam refugiados. O terceiro pistoleiro, também
contratado pelo empresário, já foi identificado, mas continua foragido.
Além
deles, a polícia identificou Jorge Augusto da Silva, como envolvido. Ele
não participou diretamente do crime, mas deu apoio aos pistoleiros.
Após o crime, ele deslocou os atiradores para o município de Moju, onde
ficaram escondidos durante uns dias.
O
delegado Silvio Maués informou que logo após a prisão de Wellington e
Carlos André o prefeito da cidade de Tomé-Açu pediu licença médica. E a
partir desse momento ele e o pai dele não foram mais vistos na cidade. O
mesmo ocorreu com o empresário Raimundo Barros, a última informação que
a polícia teve a respeito do paradeiro dele é de que ele estava no
Amapá, mas foram feitas algumas buscas no local e ele não foi
encontrado.
OAB
O presidente da Ordem
dos Advogados do Pará (OAB), Jarbas Vasconcelos, participou do momento
de apresentação de um dos envolvidos e aproveitou para elogiar o
trabalho da polícia, mas ele afirma que a ordem só vai sossegar quando
todos os envolvidos, principalmente os mandantes, estiverem presos. 'É
importante dizer que nós acompanhamos de perto o trabalho da polícia e
vamos também acompanhar todo o processo judicial de cada envolvido',
disse Jarbas Vasconcelos.
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