segunda-feira, 1 de abril de 2013
PF prende integrante do ETA foragido há 22 anos
Agentes da Polícia Federal (PF) prenderam na manhã de ontem, no Rio de Janeiro, Joseba Gotzon Vizan González, de 53 anos, acusado de integrar o grupo separatista basco ETA. Ele estava foragido desde 1991, quando teve a ordem de prisão emitida pela Audiência Nacional, tribunal espanhol encarregado de assuntos de terrorismo. Condenado a cerca de 20 anos de cadeia por um atentado a bomba que explodiu um carro e matou dois policiais na Espanha em 1988, González ficaria impune a partir da semana que vem, quando sua pena estaria prescrita.
“Conseguimos evitar que este crime grave cometido na Espanha ficasse sem punição. E também retiramos das ruas brasileiras uma pessoa extremamente perigosa. É uma prisão muito importante para os dois países”, comemorou o superintendente da PF no Rio, Valmir Lemos de Oliveira.
González foi preso perto de casa, na zona sul do Rio, após três semanas de investigações. Ele estava acompanhado da mulher, também espanhola, e não ofereceu resistência. Ao ser preso, o espanhol perguntou informalmente aos policiais quais as possibilidades de conseguir refúgio ou asilo político no Brasil. “Ele afirmou que as acusações contra ele são de natureza política, já que foi filiado a um partido político na Espanha”, revelou Oliveira.
Segundo a PF, González deixou a Espanha em 1991. Morou dois anos na França e chegou ao México em 1993. Está no Brasil desde 1996. Ano passado, requereu ao Ministério da Justiça o direito de residir permanentemente no país. Aqui ele dava aulas de espanhol num curso de idiomas e fazia traduções. “González utilizou documentos de outro cidadão espanhol, chamado Aitor Julián Arecha Echevarría, para requerer o registro nacional de estrangeiros. Ele confessou este crime no momento da prisão. Sabemos que Echevarría não reside no Brasil. Vamos investigar como González conseguiu esses documentos”, afirmou o superintendente. Por conta disso, González vai responder no Brasil pelo crime de falsificação de documento público, com pena de 1 a 5 anos de prisão.
Há três semanas, após receber uma informação do governo espanhol de que González poderia estar vivendo no Rio com um nome falso, a PF levantou seis endereços onde ele poderia ser encontrado. O local exato foi localizado há três dias. “Antes de prendê-lo, decidimos checar com as autoridades espanholas se as digitais de Echevarría correspondiam àquelas que González forneceu ao requerer o registro de estrangeiros no Brasil. Como as digitais não batiam, tivemos a certeza de que se tratava de González e o prendemos”, explicou Oliveira.
González foi transferido para uma penitenciária na zona oeste do Rio. Ele ainda não havia constituído advogado para defendê-lo.
De Ronald Biggs a Cesare Battisti
Antes do espanhol Joseba González, vários outros estrangeiros procurados por crimes em seus países de origem se abrigaram no Rio. O mais famoso foi o inglês Ronald Biggs, condenado por assaltar um trem pagador que seguia para Londres, em 8 de agosto de 1963. Com outros 15 comparsas, ele roubou o equivalente a R$ 114 milhões. Preso, conseguiu fugir para a França, depois passou por Austrália, Panamá e Venezuela, até desembarcar no Rio em 10 de março de 1970, aos 40 anos.
Preso em 1974, Biggs não foi extraditado porque sua namorada brasileira estava grávida (seu filho Mike tornou-se na década de 1980 cantor do grupo infantil Balão Mágico). Libertado, viveu no Rio até 2001, quando, com a saúde debilitada, decidiu voltar para a Inglaterra. Enquanto esteve no Rio, recebeu em sua casa em Santa Teresa (região central) personalidades inglesas como os músicos do Rolling Stones e do Sex Pistols e o ex-jogador de futebol Stanley Matthews.
O italiano Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália por cometer quatro homicídios enquanto integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, foi preso no Rio em 2007; antes havia passado por Fortaleza. O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu a extradição, mas o então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não autorizá-la, e Battisti acabou libertado em junho de 2011.
Outro italiano que se instalou no Rio foi Luciano Pessina, ex-membro da Autonomia Operária, acusado na Itália de roubo e participação em grupo armado. Ele conseguiu reverter sua extradição no STF em 1996. Um ano antes abriu em Ipanema (zona sul) o restaurante Osteria Dell’Angolo, frequentado por artistas e intelectuais.
O israelense Yoram El Al, acusado de integrar um grupo mafioso em seu país de origem, também vivia no Rio, onde foi preso em outubro de 2011. Em dezembro de 2012 foi preso no Rio Michael Eugene Misick, de 46 anos, ex-premiê das ilhas caribenhas de Turks e Caicos, dois territórios britânicos. Acusado de corrupção, ele havia fugido e estava no Rio desde 2011.
(Agência Estado)
Agentes da Polícia Federal (PF) prenderam na manhã de ontem, no Rio de Janeiro, Joseba Gotzon Vizan González, de 53 anos, acusado de integrar o grupo separatista basco ETA. Ele estava foragido desde 1991, quando teve a ordem de prisão emitida pela Audiência Nacional, tribunal espanhol encarregado de assuntos de terrorismo. Condenado a cerca de 20 anos de cadeia por um atentado a bomba que explodiu um carro e matou dois policiais na Espanha em 1988, González ficaria impune a partir da semana que vem, quando sua pena estaria prescrita.
“Conseguimos evitar que este crime grave cometido na Espanha ficasse sem punição. E também retiramos das ruas brasileiras uma pessoa extremamente perigosa. É uma prisão muito importante para os dois países”, comemorou o superintendente da PF no Rio, Valmir Lemos de Oliveira.
González foi preso perto de casa, na zona sul do Rio, após três semanas de investigações. Ele estava acompanhado da mulher, também espanhola, e não ofereceu resistência. Ao ser preso, o espanhol perguntou informalmente aos policiais quais as possibilidades de conseguir refúgio ou asilo político no Brasil. “Ele afirmou que as acusações contra ele são de natureza política, já que foi filiado a um partido político na Espanha”, revelou Oliveira.
Segundo a PF, González deixou a Espanha em 1991. Morou dois anos na França e chegou ao México em 1993. Está no Brasil desde 1996. Ano passado, requereu ao Ministério da Justiça o direito de residir permanentemente no país. Aqui ele dava aulas de espanhol num curso de idiomas e fazia traduções. “González utilizou documentos de outro cidadão espanhol, chamado Aitor Julián Arecha Echevarría, para requerer o registro nacional de estrangeiros. Ele confessou este crime no momento da prisão. Sabemos que Echevarría não reside no Brasil. Vamos investigar como González conseguiu esses documentos”, afirmou o superintendente. Por conta disso, González vai responder no Brasil pelo crime de falsificação de documento público, com pena de 1 a 5 anos de prisão.
Há três semanas, após receber uma informação do governo espanhol de que González poderia estar vivendo no Rio com um nome falso, a PF levantou seis endereços onde ele poderia ser encontrado. O local exato foi localizado há três dias. “Antes de prendê-lo, decidimos checar com as autoridades espanholas se as digitais de Echevarría correspondiam àquelas que González forneceu ao requerer o registro de estrangeiros no Brasil. Como as digitais não batiam, tivemos a certeza de que se tratava de González e o prendemos”, explicou Oliveira.
González foi transferido para uma penitenciária na zona oeste do Rio. Ele ainda não havia constituído advogado para defendê-lo.
De Ronald Biggs a Cesare Battisti
Antes do espanhol Joseba González, vários outros estrangeiros procurados por crimes em seus países de origem se abrigaram no Rio. O mais famoso foi o inglês Ronald Biggs, condenado por assaltar um trem pagador que seguia para Londres, em 8 de agosto de 1963. Com outros 15 comparsas, ele roubou o equivalente a R$ 114 milhões. Preso, conseguiu fugir para a França, depois passou por Austrália, Panamá e Venezuela, até desembarcar no Rio em 10 de março de 1970, aos 40 anos.
Preso em 1974, Biggs não foi extraditado porque sua namorada brasileira estava grávida (seu filho Mike tornou-se na década de 1980 cantor do grupo infantil Balão Mágico). Libertado, viveu no Rio até 2001, quando, com a saúde debilitada, decidiu voltar para a Inglaterra. Enquanto esteve no Rio, recebeu em sua casa em Santa Teresa (região central) personalidades inglesas como os músicos do Rolling Stones e do Sex Pistols e o ex-jogador de futebol Stanley Matthews.
O italiano Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália por cometer quatro homicídios enquanto integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, foi preso no Rio em 2007; antes havia passado por Fortaleza. O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu a extradição, mas o então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não autorizá-la, e Battisti acabou libertado em junho de 2011.
Outro italiano que se instalou no Rio foi Luciano Pessina, ex-membro da Autonomia Operária, acusado na Itália de roubo e participação em grupo armado. Ele conseguiu reverter sua extradição no STF em 1996. Um ano antes abriu em Ipanema (zona sul) o restaurante Osteria Dell’Angolo, frequentado por artistas e intelectuais.
O israelense Yoram El Al, acusado de integrar um grupo mafioso em seu país de origem, também vivia no Rio, onde foi preso em outubro de 2011. Em dezembro de 2012 foi preso no Rio Michael Eugene Misick, de 46 anos, ex-premiê das ilhas caribenhas de Turks e Caicos, dois territórios britânicos. Acusado de corrupção, ele havia fugido e estava no Rio desde 2011.
(Agência Estado)
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