Alan Sampaio / iG Brasília
Com gritos de "esse é o 'pedra 90'", expressão
que na região Centro-Oeste é nome de cachaça e sinônimo de pessoa
honesta, o Partido da República e Ordem Social (PROS) se sagrou a
31° sigla
política do País na noite de ontem (24), após receber apoio de cinco
dos setes ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ainda nos
corredores da suprema corte eleitoral, Eurípedes Júnior, o presidente do
novo partido que vai assumir o número 90 nas urnas, recebeu uma oração
proferida por sua mãe, a pastora Dona Aparecida.
- Evangélico, vendedor por profissão, ex-vereador de
Planaltina (GO) e com passagem por cinco partidos antes de criar o seu,
Eurípedes assinou nas urnas da cidade goiana como 'Júnior Sintético', em
2008, quando foi eleito pelo PSL com 3.093 votos. Em 2010, saiu
derrotado na disputa para deputado estadual por Goiás pelo PRP.
Agora, como líder partidário assediado por políticos
famosos e famosos que flertam com a política, Eurípedes adota um tom
neutro para dizer que a adesão à bancada evangélica será "decidida após
reunião da nossa bancada".
Um dos articuladores do partido afirma que a sigla não
deve ser oficialmente integrante da bancada evangélica, mas se
posicionar favorável “em temas evangélicos”. A lista inclui temas como
aborto, eutanásia e a homofobia. Uma pauta que o Palácio do Planalto
tenta evitar.
A orientação religiosa foi o que atraiu o ex-jogador
Marcelinho Carioca ao partido, que deve se filiar ao PROS para disputar
como deputado estadual por São Paulo em 2014. “Estamos conversando”,
disse no corredor do TSE.
Marcelinho viajou a Brasília para acompanhar a criação do
TSE, onde o PROS recebeu cinco dos sete votos possíveis, e aproveitou
para conversar com o colega Romário (sem partido) para atraí-lo à nova
legenda.
Romário foi a estrela da uma reunião de deputados
interessados no PROS, realizada na manha desta quarta-feira (25) na casa
de Salvador Zimbaldi (PDT-SP). O café da manhã reuniu cerca de 20
deputados em negociação com a nova legenda.
Reuniões no Planalto
Embora o presidente do PROS evite falar se o partido será
governo ou oposição, a legenda deve integrar a base de apoio do governo
Dilma Rousseff no Congresso. Eurípedes já participou de reuniões no
Palácio do Planalto, a última na segunda-feira (23).
A aproximação com o governo tem sido conduzida
pelo ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior). "Se já fomos chamados no Planalto é porque já estamos no
governo", diz um dos fundadores da sigla. “O posicionamento do partido
será de alinhamento ao governo”, afirma.
A aproximação, contudo, pode divergir em
matérias tributárias. O PROS pretende se lançar às urnas como defensor
da redução dos impostos.
Candidatos e bancada
O PROS confia, oficialmente, na filiação de 20 a 30 deputados federais. Mas já calcula um impacto negativo do Solidariedade
, legenda criada ontem no TSE pelo deputado Paulinho da Força Sindical, e
Rede Sustentabilidade, partido que a ex-senadora Marina Silva tenta
criar. Os concorrentes levaram a expectativa de filiação,
extraoficialmente, cair para 10 a 15 deputados por conta do poder maior
de atração de Marina Silva e Paulinho da Força.
Já no Senado a expectativa é atingir bancada com dois
nomes. O partido acerta também candidaturas aos governos estaduais do
Amazonas, Paraíba e Tocantins. “A tendência é esse número crescer mais
um pouquinho”, diz Eurípedes.
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