segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Tailândia e Moju recebem apoio do Estado para melhorar a gestão ambiental

Da Redação
Agência Pará de Notícias
Atualizado em 19/10/2013 às 20:05

Um convênio de delegação de competência para o licenciamento ambiental foi assinado por representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e a Prefeitura de Tailândia, município do sudeste paraense, na sexta-feira (18). O município, que já possui habilitação para a gestão ambiental, com o convênio amplia o porte de empreendimentos que podem ser licenciados pelo poder público local. Além da assinatura, foram entregues 100 Cadastros Ambientais Rurais (CARs) a agricultores familiares presentes à solenidade, e a outros 500 produtores inseridos no CAR no município de Moju.
O convênio foi assinado pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, José Alberto Colares, pelo prefeito de Tailândia, Rosinei de Souza, e pelo secretário Municipal de Meio Ambiente, Leonardo Biancardi, diante de integrantes de associações de trabalhadores rurais, de vereadores, de empresários e de representantes de outros segmentos.

O prefeito ressaltou a importância da regularização ambiental e seus reflexos na economia do município, que em 2008 foi alvo da operação Arco de Fogo, realizada pelo governo federal, recebendo multas que chegaram a R$ 23 milhões, em função da ação predatória da exploração madeireira.
Fora da lista - “O município saiu da lista do Ministério do Meio Ambiente (MMA) dos maiores desmatadores da Amazônia, neste mês. Agricultores, empresas e o poder público juntos alcançaram o objetivo da legalização ambiental”, destacou o prefeito.
Uma portaria publicada no Diário Oficial da União determina que, a partir da data de saída da lista dos maiores desmatadores, 11 de outubro, o município de Tailândia será priorizado na alocação de incentivos econômicos e fiscais, planos, programas e projetos da União voltados ao desenvolvimento econômico e social em bases sustentáveis, principalmente quanto à consolidação da produção florestal, agroextrativista e agropecuária.
Segundo José Alberto Colares, a produção dentro da ordem jurídica e uma Secretaria de Meio Ambiente estruturada, com pessoal qualificado, equipamentos adequados e a responsabilidade com a transformação social, são elementos indispensáveis para a gestão. “A sustentabilidade não é só a legalidade da terra. É, também, equidade social”, afirmou o secretário.
Rodrigo Teixeira, representante do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, disse que a nova delegação de competência para o licenciamento ambiental municipal vai melhorar a vida da população. Segundo ele, “esse documento significa melhorias para o trabalhador e sua fixação no campo”.
Tailândia inseriu no CAR 82% de suas áreas cadastráveis, superando os 80% exigidos para o acesso ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Ecológico, repassado pelo governo do Estado. No local, mais de mil agricultores familiares estão inscritos no CAR, aptos ao acesso a financiamentos oficiais. A Sema, por meio da Diretoria de Planejamento, elaborou o projeto do CAR voltado a agricultores familiares nos municípios de Tailândia e Moju, com recursos do Banco Mundial (Bird).
Em Moju - No auditório municipal de Moju, ainda na sexta-feira (18), estiveram presentes representantes do Sindicato de Produtores Rurais, da agricultura familiar, do poder público, da iniciativa privada e da empresa Norte Geo, contratada pela Sema para realizar 1.658 CARs nos dois municípios.
Diana Castro, da Diretoria de Planejamento da Sema, disse que o objetivo da equipe da Secretaria em Moju foi mobilizar os produtores rurais, para atingir os 80% de áreas inscritas no CAR. O percentual atual é de 56%. Em agosto passado, o município recebeu a habilitação para a gestão ambiental municipal. "A moblização visando a produção do Cadastro é muito importante para a conclusão do trabalho", destacou Diana Castro.
Deodoro Rocha, prefeito de Moju, disse que o incentivo do governo do Estado ao município é muito importante para os produtores rurais, que podem ser priorizados no fornecimento de produtos para a merenda escolar. “Frango, banana e outras produções do município podem entrar no cardápio da merenda escolar em substituição aos enlatados, e isso vai melhorar a vida de estudantes e agricultores”, ressaltou.
Representante dos agricultores familiares, João Damasceno disse que os CARs entregues são um grande começo. “Que sejam multiplicados e todos abracem esse projeto!”, declarou.
A agricultura familiar é caracterizada por uma propriedade de até quatro módulos fiscais. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) define a equação para cada município. Em Moju, um módulo tem 70 hectares (ha), e a propriedade do agricultor familiar deve ser de até 280 ha. Em Tailândia, o módulo é definido com 50 ha, e a propriedade para ser considerada agricultura familiar não pode ultrapassar 200 ha.
O Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema) tem uma  Resolução que garante a dispensa do licenciamento ambiental para o agricultor familiar que estiver inserido no Cadastro Ambiental Rural.
“Não podemos ficar na pobreza. Temos que criar condições para a dignidade e competitividade. O CAR é a identidade da propriedade e do produtor familiar rural, e quem está no cadastro não precisa pagar para ter a licença ambiental”, garantiu o secretário de Meio Ambiente do Pará.

Texto: Káthia Oliveira - Sema Fone: (91) 3184-3341 / (91) 8896-3106
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