terça-feira, 29 de outubro de 2013

Primeiro transplantado de fígado recebe alta

O Pará realizou o primeiro transplante de fígado da região Norte há um mês. Ontem, 28, o paciente Joabe Gomes, 20 anos, recebeu alta do Hospital Porto Dias, onde foi realizado o procedimento. A equipe médica responsável pela recuperação do transplantado informou que o órgão foi aceito pelo organismo e a recuperação corre sem complicações. 
“É um rapaz muito jovem, teve um pós-operatório tranquilo, saiu do respirador três horas depois da cirurgia. Desenvolveu uma infecção pulmonar leve, que foi combatida logo”, informou o cirurgião Maurício Iasi.
O rapaz é morador do município de Tucuruí e sofria com doença hepática crônica desde 2007. O doador, um jovem de 22 anos, foi vítima de acidente de motocicleta do município de Santarém. 
Captação
A equipe de cirurgiões foi de Belém a Santarém para captar o fígado, que chegou à capital paraense e foi levado direto para a sala de cirurgia, onde o paciente receptor já estava preparado. 
A permanência dele durante os 30 dias no hospital, segundo a equipe médica, se deu em função da complementação dos antibióticos e medicamentos que garantiram a estabilização do quadro de saúde. 
“A recuperação está relacionada ao status pré-operatório do paciente. Ele vai precisar de acompanhamento o resto da vida, mas são consultas, nada comparado ao caso hepático que ele apresentava”, disse o coordenador da equipe de cirurgia, Paulo Soares.
A defesa imunológica de Joabe ainda está baixa, em virtude dos medicamentos utilizados para preparar o organismo, por isso ele terá que comparecer ao hospital uma vez por semana durante o primeiro mês fora da internação. “A cirurgia foi um sucesso, o hospital demonstrou que está em condições de realizar esse procedimento. O transplante de fígado é um dos mais complicados e agora o Pará conta com a estrutura técnica para realiza-lo”, enfatizou Paulo.
Belém é a única cidade da região Norte capaz de transplantar fígados a partir de agora. A lista de espera por transplante no Pará atualmente conta com pelo menos 300 pacientes, dos quais, lembra Maurício Iasi, pelo menos 100 estão aptos a ser ativados para receberem um fígado novo. 
“É bom reforçarmos que não há transplante sem a doação. Portanto, quando houver outro órgão compatível com algum dos pacientes, acredito que estaremos aptos a realizar a cirurgia”, reforçou.
(Diário do Pará)

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