O Pará realizou o primeiro transplante de fígado da região Norte há um mês. Ontem, 28, o paciente
Joabe Gomes, 20 anos, recebeu alta do Hospital Porto Dias, onde foi
realizado o procedimento. A equipe médica responsável pela recuperação
do transplantado informou que o órgão foi aceito pelo organismo e a
recuperação corre sem complicações.
“É um rapaz muito jovem,
teve um pós-operatório tranquilo, saiu do respirador três horas depois
da cirurgia. Desenvolveu uma infecção pulmonar leve, que foi combatida
logo”, informou o cirurgião Maurício Iasi.
O rapaz é morador do município de Tucuruí e sofria com doença
hepática crônica desde 2007. O doador, um jovem de 22 anos, foi vítima
de acidente de motocicleta do município de Santarém.
Captação
A equipe
de cirurgiões foi de Belém a Santarém para captar o fígado, que chegou à
capital paraense e foi levado direto para a sala de cirurgia, onde o
paciente receptor já estava preparado.
A permanência dele durante os 30 dias no hospital, segundo a equipe
médica, se deu em função da complementação dos antibióticos e
medicamentos que garantiram a estabilização do quadro de saúde.
“A recuperação está relacionada ao status pré-operatório do paciente.
Ele vai precisar de acompanhamento o resto da vida, mas são consultas,
nada comparado ao caso hepático que ele apresentava”, disse o
coordenador da equipe de cirurgia, Paulo Soares.
A defesa imunológica de Joabe ainda está baixa, em virtude dos
medicamentos utilizados para preparar o organismo, por isso ele terá que
comparecer ao hospital uma vez por semana durante o primeiro mês fora
da internação. “A cirurgia foi um sucesso, o hospital demonstrou que
está em condições de realizar esse procedimento. O transplante de fígado
é um dos mais complicados e agora o Pará conta com a estrutura técnica
para realiza-lo”, enfatizou Paulo.
Belém é a única
cidade da região Norte capaz de transplantar fígados a partir de agora.
A lista de espera por transplante no Pará atualmente conta com pelo
menos 300 pacientes, dos quais, lembra Maurício Iasi, pelo menos 100
estão aptos a ser ativados para receberem um fígado novo.
“É bom reforçarmos que não há transplante sem a doação. Portanto,
quando houver outro órgão compatível com algum dos pacientes, acredito
que estaremos aptos a realizar a cirurgia”, reforçou.
(Diário do Pará)
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