sábado, 2 de março de 2013


Sábado, 02/03/2013

Cuidado com a carne que você compra

O consumo de carne dentro das condições adequadas e determinadas pela fiscalização já é uma realidade em alguns pontos de Belém. Ainda assim, é importante que os consumidores atentem para irregularidades e denunciem quem não está seguindo as regras.

Em 2011, os açougueiros tiveram um prazo para regularizar a situação antes de a fiscalização recolher a chamada “carne quente”, que fica sobre os balcões. O açougueiro José Lobato conta que por incrível que pareça, muitos clientes reclamam de não poder analisar a carne mais de perto: “Eles querem mesmo é poder pegar, ver de perto. Alguns reclamam que com os balcões fica mais difícil analisar a carne”, conta.

Segundo Otacílio Farias, que mantém um ponto junto a José no Complexo de Abastecimento do Guamá, maior parte dos vendedores de lá já estão dentro do exigido. “Mas alguns continuam sem se adequar, trazendo consequências e prejudicando a mercadoria deles e nossos clientes”, conta. A carne exposta fica a mercê de moscas e até mesmo aranhas no mercado.

O consumidor Gerson Ferreira compra mesmo dos lugares que não possuem balcão frigorífico: “Sei que não é o certo, mas é uma escolha de cada um. Maioria dos açougueiros já estão dentro dessas normas, mas é uma questão de opção do cliente”.

Os consumidores devem ficar atentos para produtos obtidos a partir do abate clandestino. De acordo com o Ministério da Agricultura, a carne sem a devida inspeção veterinária oficial pode ser vetor de doenças e infecções alimentares. A identificação das zoonoses (doenças de homens e animais) só pode ser feita mediante a inspeção de médico veterinário capacitado.

Para Raimundo Cardoso, que vende carne no Complexo de Abastecimento do Jurunas há vinte anos, é preciso também dar condições para os trabalhadores melhorarem o serviço. “Quando fizerem uma reforma no nosso espaço, aí tudo bem. Aqui já é apertado e quando chove aqui eu perco clientes e mercadoria, pois é como se chovesse aqui dentro. É terrível”, ressalta.



Produto ruim provoca doenças

A chefe da Divisão de Fiscalização do Departamento Municipal de Vigilância Sanitária (Devisa), Teresinha Megale Rosseti, conta que a fiscalização em todos os pontos é constante. “Nós temos um cronograma de vistorias que sempre realizamos. Também atendemos denúncias”, conta.

De acordo com Teresinha Rosseti, o cliente precisa estar alerta para as condições higiênicas e sanitárias: “Tem que ter o balcão refrigerado. E também tem que prestar atenção se ele está ligado. O que acontece é que muitas vezes o açougueiro desliga e põe as carnes no balcão porque o cliente não quer comprar carne gelada”.

O uso do balcão também é alvo de fiscalização devido ao Termo de Ajustamento de Conduta (Tac) assinado entre os açougueiros e Ministério Público do Estado (MPE) determinando a obrigatoriedade do equipamento.

“Também tem que ficar de olho em que está manipulando, cortando a carne. Os trabalhadores precisam estar com um uniforme de cor clara e limpo. Também tem que ler sempre a rotulagem do produto. Além do carimbo federal ou municipal, é preciso ver a conservação e a procedência da carne”, alerta Teresinha. Outra dica importante é observar o aspecto do produto que vai comprar: carne esverdeada e com cheiro ruim deve ser descartada imediatamente. Para denunciar para o Devisa, basta ligar para 3344-1754.

No mercado do Jurunas, os consumidores reclamam do lixo jogado em frente ao açougue. “Eu sempre compro em lugares com balcão de refrigeração. Desse lixo saem moscas, ratos, a gente nunca sabe o que pode pegar na carne se ela fica sobre o balcão”, explica a compradora Rose Rodrigues.

Produtos que não são fiscalizados podem trazer uma série de prejuízos à saúde dos consumidores. O Ministério da Agricultura lista alguns: tuberculose, brucelose e cisticercose.
(Diário do Pará)

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