ADVOGADO E EMPRESÁRIO EXECUTADOS A TIROS EM TOMÉ-AÇU
Os assassinos chegaram em uma motocicleta usando capacetes e entraram no
restaurante indo em direção à mesa onde os dois homens jantavam, e de imediato
sacaram uma pistola automática e atiraram pelas costas no empresário Luciano
Capacio. O advogado, que tentou correr, também foi atingido pelas costas.
Testemunhas contaram a polícia que as vítimas foram surpreendidas por, pelo
menos três pistoleiros, sendo que um dos algozes já estava dentro do bar,
escorado no balcão tomando uma cerveja. Momentos depois chegou o segundo, que
se aproximou de seu comparsa e deu o sinal para que ambos sacassem pistolas e
as descarregassem em Luciano, que estava sentado numa cadeira, a menos de dois
metros dos pistoleiros. Segundo o IML de Castanhal, Luciano foi alvejado com 10
tiros de pistola 380, que o atingiram no peito e na cabeça. Já o advogado, Jorge Guilherme, ao ver a
execução de seu amigo tentou fugir correndo, mais foi atingido pelas costas por
um terceiro pistoleiro, que estava aguardando do lado de fora. Este homem ainda
mandou que um rapaz saísse da frente. “ Não é nada contigo” Disse. Depois de
atingir as costas do advogado, o pistoleiro se aproximou da vítima e disparou dois
tiros contra a cabeça do mesmo. O mesmo aconteceu com o empresário Luciano
Capaccio, que já morto no chão, foi atingido com outros dois tiros na cabeça. Tão
logo se constatou que as vítimas dos disparos estavam mortas, a Polícia Militar
e o delegado Claudio Fonseca, de Tomé-Açu, isolaram o local do crime até a
chegada da perícia do Instituto de Criminalística do município de Castanhal,
para onde os corpos foram removidos para necropsia.
Pela manhã, uma “força tarefa” comandada pessoalmente pelo delegado geral
Rilmar Firmino, com o delegado Lenoir Cunha, da Divisão de Homicídios de Belém,
o delegado corregedor Caubi Pereira, o delegado diretor de Polícia do Interior
Silvio Maués e o delegado Claudio Gomes, deu início às investigações.
O delegado Luis Xavier, superintendente da Região Guajarina, disse que nenhuma hipótese será descartada com
relação ao crime que abalou a cidade de Tomé-Açu, uma vez que as vítimas eram
pessoas de renome no município: o empresário atuante no ramo da madeira, pecuária
e comunicação e o advogado militante político, tendo sido candidato a deputado
estadual em 2002, e com relevantes serviços na área jurídica da região.
O empresário Luciano Capacio Maciel era presidente da Associação
Agropecuária do Vale do Acará, diretor da empresa Norte Madeira e de uma
empresa de terraplenagem, além de proprietário de fazendas; recentemente entrou
para o ramo das comunicações, com a instalação de um canal de televisão na
cidade. Os policiais civis da Divisão de Homicídios já estão desde a madrugada
deste domingo sob o comando do delegado Lenoir Cunha na tentativa de encontrar
indícios que levem aos autores e mandantes do crime.
A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB Pará - mandou para Tomé-Açu a Comissão
de Defesa da Prerrogativa do Advogado através do advogado Leonardo Mota e a
ouvidora geral da Ordem Ivanilda Pontes para acompanhar o caso. O presidente
Jarbas Vasconcelos fez contato com o delegado geral Rilmar Firmino cobrando
celeridade na apuração do crime que envolveu um dos seus membros.
O delegado geral Rilmar Firmino está no município de Tomé-Açu desde o início
da manhã de domingo acompanhando os depoimentos de testemunhas que estavam no
bar do Cadu e familiares do empresário Luciano Capacio Maciel. “Não
descartaremos nada que possa ser investigado”, disse por telefone o delegado
Rilmar Firmino.
O corpo do advogado Jorge Guilherme de Araujo Pimentel foi periciado no
Instituto de Criminalística de Castanhal e trazido para Belém. Foi velado na
capela dos Capuchinhos e será enterrado no cemitério de Santa Izabel hoje, às
9h.
Já o corpo do empresário Luciano Capacio Maciel, que tinha 35 anos de idade,
chegou a Tomé-Açu no início da noite de ontem. Ele foi velado e o sepultamento
está marcado para as 10h de hoje, no cemitério municipal Santa Clara, naquele
município.
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